MARTHA COOPER
Celebrada globalmente como a decana dos fotógrafos de graffiti, a longa carreira da fotógrafa americana Martha Cooper não se tem limitado a este campo. Tendo manifestado gosto pela fotografia muito cedo, uma experiência de voluntariado na Tailândia despertou o seu interesse pela Antropologia, levando-a a estudar Etnologia na Universidade de Oxford. Procurando usar a câmara como uma ferramenta para o trabalho de campo, Cooper tem vindo a documentar temas que geralmente passam despercebidos à maioria das pessoas – da cultura da tatuagem tradicional no Japão às subculturas juvenis urbanas.
Na década de 1970, Cooper começou a trabalhar como fotojornalista no New York Post. Durante as suas deslocações diárias na cidade ao serviço do jornal, começou a fotografar cenas de rua com crianças, com ênfase na criatividade e imaginação com que usavam o espaço público e nas brincadeiras que desenvolviam longe do olhar dos adultos. Foi neste contexto que contactou pela primeira vez com o fenómeno do graffiti, que então estava a eclodir, tendo conhecido o writer Dondi, um dos seus principais exponentes, que lhe abriu as portas a todo um novo mundo – ferozmente criativo, marginal e secreto.
Tendo conquistado a confiança dos writers, Cooper viria a documentar os anos dourados do graffiti no metro de Nova Iorque, entre o final da década de 1970 e meados da década seguinte. Esta actividade veio a culminar na publicação do livro “Subway Art” em parceria com o fotógrafo Henry Chalfant – tida como a bíblia do graffiti de estilo nova-iorquino e largamente responsável pela difusão desta arte pelo resto do mundo.
Mas o olhar perceptivo de Cooper não se limita ao sujeito ou à obra em si. Para a fotógrafa, igualmente importante, ou mais ainda, é o contexto em que estes ocorrem, as particularidades da cultura e a comunidade.
![](https://urbanrevolution.pt/wp-content/uploads/2023/05/MarthaCooper_©SallyLevin.jpg)